quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Metallica & Lou Reed diferente


Sim, bem diferente... Essa é a melhor definição que encontrei para a tão falada parceria entre o Metallica e Lou Reed. Esperei ansiosamente por esse álbum desde o momento que ele foi anunciado, pois sabia que não iria me decepcionar. Reed é um gênio da música, sempre ousado e inovador, e o Metallica é a melhor banda que ele poderia escolher nos dias de hoje para fazer o que gosta. Causar.

E eles realmente não deixaram a desejar, Lulu é um ótimo disco, que não tem nada a ver com o Metallica e nem com o Lou Reed. É algo novo, que surpreendeu a todos, e muitos o criticam com todas as suas forças. Eu acho errado, se esperavam algo parecido com os últimos lançamentos da melhor banda de metal de todos os tempos, não conhecem o ex vocalista do Velvet Underground. E se esperavam algo tipo "Walk On The Wild Side", não sabem nada sobre o Metallica.

Conceitual, o trabalho conta a história de Lulu, personagem criada pelo ator e dramaturgo alemão Benjamin Franklin Wedekind, uma jovem dona de um desejo sexual infinito e sem restrições, que a conduz através de uma jornada repleta de prazer e sangue. É bem importante entender as letras para poder entender o álbum, pois só o instrumental muitas vezes assusta se não entende do que se trata. Reed havia escrito elas há alguns anos atrás para uma montagem norte-americana da peça, que acabou não saindo. Agora, a história ganhou o acompanhamento do Metallica, o que não poderia ser melhor.

O primeiro cd do álbum que é duplo começa muito bem com Brandenburg Gate. A música tem no seu inicio apenas o vocal de Reed e uma guitarra acústica introduzindo a história de Lulu. Até entrar o peso do Metallica e o backing do James. Uma harmonia perfeita entre eles. Essa é uma das minhas preferidas do disco. Após vem The View, já conhecida por ter sido lançada como single alguns meses atrás. Nela vemos bem mais o estilo do vocal de Reed, sem seguir a melodia da música, mais falado do que cantado. O refrão ter outra vez a participação de James, gritando. Mais um baita som!

Já em Pumping Blood a audição se torna bem mais difícil, é uma levada lenta com vocal corrido. É estranho para os ouvidos acostumados apenas a música pop. Se não acompanha a letra, se torna até chato de ouvir. Uma música bem teatral mesmo, assim como Frustration, já do segundo CD. Mistress Dread traz um instrumental bem no estilo Metallica dos primeiros discos, e um vocal totalmente Lou Reed. É a música onde dá melhor pra ver cada estilo em separado, me agradou bastante, dá até pra bater cabeça!

Ice Honey me lembra bastante alguns discos solos de Reed. É bem mais fácil de ouvir, e tem também boas participações do vocal de James. Pra encerrar o primeiro disco, temos 11 minutos de Cheat On Me com muita viagem, uma levada lenta com uma letra triste, apenas no final se torna mais pesado, quando o vocalista do Metallica se junta outra vez, fazendo ótimos backing vocals.

O segundo disco inicia com a já citada Frustration, e após ela é muito calmo. Little Dog aparenta ser um blues em alguns momentos, com uma base de violinos, vocal e guitarra. E, encerrando o álbum, duas músicas que juntas fecham mais de meia hora de muita viagem. Dragon começa lenta, até a entrada do Metallica, que traz de volta a principal característica do disco. E Juniors Dad, aquela que fez James e Kirk chorarem nas gravações, é realmente linda. Violinos dão um belo inicio pra música, até a entrada de um calmo vocal de Reed, junto com um instrumental leve do Metallica, que lembra bastante suas baladas (principalmente trilogia The Unforgiven). O peso vai aumentando, numa bela jam da banda de metal, até ir baixando e sumir, deixando só os violinos e o belo vocal de Reed, triste e emocionante. Se repete a jam, até sumir e deixar os últimos nove minutos de música apenas para o instrumental de orquestra.

Lulu me surpreendeu, e de maneira bem positiva. Prova que o Lou Reed ainda tem muito a acrescentar pra música e que o Metallica se tornou uma banda muito mais madura, pronta pra encarar novos desafios, indo muito além do metal. Se eles decidirem lançar outro cd juntos, ficarei muito feliz.

Nota: 8,0



Download do disco disponível no post anterior

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Metallica & Lou Reed - Lulu (2011)



Tracklist:
01. Brandenburg Gate (4:22)
02. The View (5:21)
03. Pumping Blood (7:24)
04. Mistress Dread (6:53)
05. Iced Honey (4:38)
06. Cheat On Me (11:26)
07. Frustration (8:34)
08. Little Dog (8:02)
09. Dragon (11:10)
10. Junior Dad (19:29)


Opinião no próximo post.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Noel Gallagher não supera o Beady Eye

Continuando o post anterior...
Já o segundo lançamento que estava realmente ansioso para ouvir, é o do novo projeto do ex Oasis, Noel Gallagher. E tinha muitos motivos para estar assim, já que seu irmão Liam lançou no começo do ano um excelente disco com a sua nova banda, Beady Eye.
Beady Eye mostrou que Liam Gallagher podia ser muito mais do que foi no Oasis, trouxe um novo som para sua carreira, investindo em músicas mais pesadas que o de costume, com letras boas e até um vocal melhor do que o já conhecido na sua antiga banda. Four Letter Word, The Roller, Wigwam, Beatles And Stones e Four Letter Word são ótimas músicas do cd chamado Different Gear, Still Speeding. Se ainda não conhece, recomendo que baixe. Download.


Portanto, como é evidente a disputa entre os irmãos, imaginava que Noel traria também algo inovador, que fosse superar o disco lançado por Liam. Mas, não foi assim. O que se vê no Noel Gallagher's High Flying Birds são algumas músicas esquecidas do Oasis e outras que seguem o mesmo estilo da banda. Para os fãs do que já tinha sido lançado pelos irmãos, ta ótimo! E como sou um deles, posso dizer que gostei bastante, e estaria aqui elogiando o disco se não fosse pelo Liam ter feito algo melhor antes.
O Beady Eye estabeleceu um nível que, na minha opinião, o Noel Gallagher's High Flying Birds não conseguiu alcançar. Talvez seja por não ter ainda a interação que Liam tem com sua banda, pois são os músicos do Oasis. Mas, esperava mais, e isso não posso negar, já que Noel está fazendo de tudo para divulgar o máximo seu novo trabalho, dando declarações bombásticas a cada dia e lançando vários clipes muito bem produzidos.


O disco que leva o nome da banda tem 10 músicas sendo que delas algumas são chamadas b-sides do Oasis ou tinham já sido escritas para banda anteriormente. Bem, acima das minhas criticas, têm várias que me chamaram bastante atenção por serem de alto nível. A música que abre o CD, Everybody's on the Run, é muito boa. Seguida por duas que também mantem o nível, Dream On e a balada If I Had A Gun, que também tem um belo clipe. Minha preferida foi Record Machine, que tem bem o estilo do Oasis. E as outras seguem uma sonoridade característica, calma e com destaque para o vocal.
Na época em que os irmãos estavam juntos, sempre foi um defensor do Noel. Achava ele o cara do Oasis, muito superior ao irmão mais novo. Agora com eles separados, vejo que talvez estivesse errado. Liam se mostrou maduro e preparado para uma bela carreira com a nova banda. O mais velho também tem muito a apresentar, e acredito que terá muito sucesso, talvez trazendo álbuns muito melhores que esse primeiro. Fica a lembrança da música The Good Rebel, que foi lançada alguns meses atrás e não está no disco, seria uma das minhas preferidas se estivesse. Uma pena ter sido cortada.

1. Everybody's on the Run 5:30
2. Dream On 4:29
3. If I Had a Gun... 4:09
4. The Death of You and Me 3:29
5. (I Wanna Live in a Dream in My) Record Machine 4:23
6. AKA... What a Life! 4:24
7. Soldier Boys and Jesus Freaks 3:22
8. AKA... Broken Arrow 3:35
9. (Stranded On) The Wrong Beach 4:02
10. Stop the Clocks 5:04

Nota: 6,5

Coldplay inova em Mylo Xyloto

Estou com sérios problemas com minha internet, por isso estão raras as atualizações no blog. Espero que isso melhore rapidamente. Mas, enquanto continuo nessas condições precárias, vou postando as vezes, trazendo novidades.
Para começar, dois novos discos que eram esperados a muito tempo, o quinto de estúdio da banda inglesa Coldplay e o primeiro disco solo do ex guitarrista do Oasis, Noel Gallagher.
Começando pelo melhor, e que caiu na internet hoje mesmo, Mylo Xyloto do Coldplay.

Alinhar à esquerda

Após dois discos que me fizeram pensar que a banda viraria um Radiohead ou um U2, que se repete a cada novo lançamento, o Coldplay surpreende lançando um incrível álbum conceitual muito inovador. Provavelmente fator dos três anos de trabalho, da maior participação dos outros integrantes da banda na composição e da continuidade na parceria com o produtor Brian Eno.
Os dois primeiros discos do Coldplay (Parachutes, de 2000 e A Rush of Blood to the Head, de 2002) foram incríveis, levando o quarteto ao sucesso mundial. Mylo Xyloto não se parece com eles. E nem precisava, pois foi o que X&Y, de 2005 e Viva la Vida or Death and All His Friend, de 2008 tentaram fazer. O lançamento atual é algo novo, mais alegre, mais descontraído. Até mais pop.
O álbum começa com a faixa título, que soa como um overture, característico de discos conceituais ou operas rock, e então segue uma sucessão de belas canções que misturam o clássico do Coldplay, belas melodias e vocal calmo de Chris Martin, com um clima mais pop, oitentista. Hurts Like Heaven, a já lançada anteriormente Every Teardrop is Waterfall, Major Minus, o claro hit Charlie Brown, Paradise e a parceria com Leonard Cohen que encerra o disco, Up with the Birds, são músicas que certamente farão bastante sucesso, mantendo o Colplay como uma das principais bandas desse século.


O único problema mesmo que eu não posso deixar de falar (e quem me segue no twitter viu como fiquei realmente preocupado em relação a isso) é a música Princess of China, na qual tem a participação da cantora Rihanna. Foi uma clara parceria apenas para promover o disco, pois está totalmente deslocado no conceito e na sonoridade do disco. Poderia ter ficado sem essa. Mas, meu medo de que fosse contaminar o resto não se tornou realidade, e valeu muito a pena toda a espera por este novo lançamento.
Só torço para que não sejam sérias as declarações de Chris Martin na qual ele compara o Coldplay ao Justin Bieber e Adele, dizendo que esse disco talvez seja o último por não ter como competir com tantos artistas mais novos. A banda tem muito folego pra continuar por muito tempo, e Mylo Xyloto provou isso.

1. Mylo Xyloto 0:43
2. Hurts Like Heaven4:02
3. Paradise 4:37
4. Charlie Brown 4:45
5. Us Against the World 3:59
6. M.M.I.X. 0:48
7. Every Teardrop Is a Waterfall 4:00
8. Major Minus 3:30
9. U.F.O. 2:17
10. Princess of China 3:59
11. Up in Flames 3:13
12. A Hopeful Transmission 0:33
13. Don’t Let It Break Your Heart 3:54
14. Up with the Birds 3:47

Nota: 8,0