terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A busca pelo segundo Beatle

Em julho desse ano de 2010 meu pai, meus padrinhos, seu filho e eu fomos viajar para ver o Beatle que faltava. Em junho de 2008 já tinha visto o Paul McCartney em Liverpool e agora só faltava o Ringo dos vivos. Ele iria tocar em Hollywood (não aquela famosa do cinema americano e sim uma na Florida perto de Miami).
Então durante todo o primeiro semestre desse ano vivi a expectativa dessa viagem, para finalmente ver um dos meus maiores ídolos, Ringo Starr. O show seria dia 15/07 num Hard Rock Café e por sorte, no dia 16/07 o Scorpions tocaria no centro de Miami! Decidimos não perder essa chance e ir nesse também.
Então começo de julho pegamos um avião que nos levaria primeiro até Lima, no Peru. Depois disso até a Costa Rica e finalmente até Miami. Depois de um dia inteiro nessas viagens chegamos no calor do verão dos Estados Unidos. A semana que passamos lá foi uma das mais quentes da história, segundo o noticiário americano. Era realmente algo fora do imaginável! As ruas estavam vazias pois o calor era realmente insuportável. O jeito era de ir pra um lugar com ar condicionado para outro.
Por sorte, ficamos num hotel na beira do mar de West Palm Beach (Miami é dividida em várias pequenas cidades). Lá tinha piscinas e ar condicionado por todos os lados. Ufa...
Antes de chegar os shows fomos até Orlando que fica a duas horas de onde estávamos para ir na Universal Studios (tipo a Disney mas é mais voltada para filmes e não desenhos) e também conhecemos a base da Nasa que fica na Florida também.
Conheci o bar do BB King onde uma banda dele tava tocando Blues de muita qualidade, vi um show cover dos Blues Brothers e visitei vários Hard Rocks Cafés incríveis!
É um mundo totalmente diferente do nosso e do que eu tinha conhecido na Europa. As pessoas são diferentes e o modo de vida também. Por tudo que é lugar se vê bandeiras dos Estados Unidos e até os cubanos, que estão em grande número lá, são patriotas!
O grande problema de lá, tirando o calor, era a proibição séria de vender bebidas alcoólicas para menores de 21 anos. Ou seja, tinha que aguentar o calorão sem poder tomar uma cervejinha.
Yeah

Bem... Foi uma viagem inesquecível e dois shows fantásticos. Vou descreve-los nos próximos posts, começando pelo Scorpions e depois o mestre Ringo e a All Starr Band que o acompanha.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Frank Zappa 70 anos

Hoje, 21/12 de 2010 é um dia muito especial. Teve um eclipse lunar total, lua cheia e é solstício de verão. Tudo no que é considerado o dia Rush, por lembrar a música 2112, a melhor música do mundo. Mas, o mais importante dessa data é mesmo o aniversário do que pra mim é o maior gênio musical dos últimos tempos. Talvez o maior desde Johann Sebastian Bach! Frank Zappa estaria hoje completando 70 anos de idade. Infelizmente ele não pode assoprar as "velhinhas" aqui na terra pois em 1993 morreu de câncer na próstata.
Talvez seja o músico recordista de discos lançados, pois a última vez que contei, eram quase 100! Isso incluindo os ao vivos e as coletâneas. E o mais incrível é que quase 30 desses eram lançados depois de sua morte.
Sua carreira começou nos anos 60 com a banda Mothers of Invention, após isso seguiu em carreira solo com vários músicos que já eram ou viriam a ser famosos. Zappa viajou por vários estilos diferentes de musicas, até criando alguns próprios várias vezes. Sempre mantendo seu estilo descontraído e muito irônico.
Nunca consegui ouvir tudo que ele produziu, espero um dia chegar a esse ponto. Mas é bom a cada disco descobrir algo novo e mais genial ainda! Diferente de tudo que se imaginava até o momento. Zappa foi assim, inovador, experimental e muito ousado. Em tudo! Até para se candidatar a presidente dos Estados Unidos poucos anos antes de sua morte.

Então, recomendo que conheçam os trabalhos de Frank Zappa, deixo como dica os álbuns Freak Out!, Absolutely Free, Hot Rats, Apostrophe ('), Sheik Yerbouti, Joe's Garage, Shut Up 'n Play Yer Guitar (que foi gravado com seu dicipulo Steve Vai), Just Another Band from L.A., Roxy & Elsewhere... ta, chega. Depois disso, certamente você vai querer ouvir mais e pode seguir seus próprios caminhos. E também recomendo conhecer a história desse mito da música, que mudou vários conceitos e se não parar de aparecerem coisas novas suas, vai continuar mudando.

Feliz Parabéns mestre Zappa, que suas obras sejam eternas! Deixo para encerrar algumas frases dele:
"Estou satisfeito que a garotada esteja fingindo deixar os estudos, porque assim que percebam que esta não é a resposta, estarão prontos para algum tipo de ação."

"Estupidez até pode ter um certo charme. Ignorância não."

"Há uma grande diferença entre se ajoelhar e ficar de quatro."

"A maioria das pessoas não reconheceria uma música boa se ela viesse e as mordesse na bunda."

"Se você quer trepar, vá à faculdade. Mas se você quer aprender alguma coisa, vá à biblioteca."
"Existe mais canções de amor do que qualquer outro tipo. Se canções influenciasse as pessoas, amaríamos uns aos outros."

"A emoção de um músico é a coisa mais importante, é o que sobrepõe ao acorde. Se deixar isto de fora, a música não vai lhe tocar."

"Droga não é o mal. A droga é um composto químico. O problema começa quando pessoas tomam drogas como se fosse uma licença para poderem agir como babacas."

"O Jazz não morreu. Ele apenas ficou com um cheiro estranho."

"Esporte é droga. Pratique guitarra."

"Jornalismo musical é gente que não sabe escrever entrevistando gente que não sabe falar pra gente que não sabe ler."

"A mulher ideal é aquela que é bonita, adora trepar, e vira uma pizza às quatro da manhã."

"Pessoas consomem produtos via respiratória para poderem diminuir seu nível intelectual e assim poderem se sentir parte da turma. Afinal, ninguém gosta de andar com quem é mais inteligente do que você. Isto não é divertido."

"Existem vários guitarristas muito bons por aí, mas posso lhe garantir que sou o único fazendo as coisas que faço. Isto porque não me apresento como um estrela. Vou lá pra tocar composições."

"Meu conselho para quem quer ter uma criança sadia e feliz é mante-la o mais longe possível de uma igreja. Crianças são ingênuas e confiam em todo mundo. Escola já é ruim mas se levá-la para a igreja, então está querendo mesmo problemas."


"Informação não é conhecimento, conhecimento não é sabedoria, sabedoria não é a verdade, verdade não é beleza, beleza não é amor, amor não é música... Música é o melhor."

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Time stand still

Rush, turnê Time Machine, 10/10/10. Praça da Apoteose, Rio de Janeiro.
Pista Premium: R$ 500,00 (meia entrada R$ 250,00)

Geddy Lee - Vocal, Baixo e Teclados
Alex Lifeson - Guitarra
Neil Peart - Bateria

O grande show da minha vida até o momento. A primeira vez que o Rush toca no Brasil desde o inesquecível Rush In Rio de 2002, quando eles foram pra Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro (show no maracanã lotado que rendeu um dvd da banda), e não poderia ser em melhor forma! Numa turnê que resgata o passado, a Time Machine Tour, onde eles tocam o cd Moving Pictures na integra e várias outras canções que marcaram a história de quase 40 anos dos canadenses.
Eu esperava ver o Rush desde que eles lançaram o cd Snakes and Arrows em 2007 e os boatos sobre shows por aqui começaram a surgir. Durante dois anos fiquei na expectativa de acontecer, e não deu. Agora em 2010, essa inesperada turnê apareceu e logo dois shows confirmados, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro, na praça da apoteose dessa vez.
É claro que não foi a loucura de 2002 pra conseguir ingressos, foi tranqüilo e comprei o meu pro Rio de Janeiro para a pista VIP, que custava 500 reais, mas como eu era estudante pagava "só" metade. Pra comprar foi fácil, mas a vinda pelo correio foi bem tensa. O Ingresso acabou chegando só uma semana antes do show, sendo que eu tinha o comprado a mais de dois meses. Várias horas no telefone falando com a T4F até conseguir esclarecer onde eu morava.
Outra complicação foi as passagens de avião pro Rio de Janeiro, eu não tinha dinheiro para compra-las, então consegui com minha irmã que trabalha na empresa aérea Azul elas de graça, mas só um dia antes de eu ir viajar isso deu certo. E fui pro Rio no dia do show, domingo, pela manhã. Fui com a família de um ex colega meu, todos grandes fãs de Rush. Minha idéia era ir até o show e depois voltar pra dormir no aeroporto e no outro dia pegar o avião de volta pra casa. Mas, com uma bela ajuda dos meus companheiros de viagem, ficou decidido que eu iria pro hotel que eles iam ficar.
Chegando lá na cidade "maravilhosa" decidi ir direto para a fila, as 9 da manhã, para conseguir ficar na grade! Fui sozinho e caminhando do aeroporto até lá. Foram umas duas horas de caminhada pelas feias e sujas ruas do Rio de Janeiro. Me perdi umas 3 vezes, pra variar, mas encontrei o local com ajuda dos policiais e taxistas da cidade. Tinham só duas pessoas na primeira fila que vi, sentei e comecei a conversar com eles. Até que descobri que aquela era a fila da pista normal. Sai de lá e fui procurar a da pista vip. Achei, e nessa tinham seis na fila, com os quais logo fiz amizade. Um carioca maluco torcedor do flamengo e que ia votar na Dilma (diferente de todos os que estavam indo pro show do Rush) ficava aos arredores falando com o pessoal e nos divertindo com as bobagens de bêbado que ele dizia.
Então o longo dia se seguiu, horas e horas naquela fila de expectativa pelo show. Fazer amizade com as pessoas em minha volta facilitou bastante para almoçar e ir no banheiro sem perder nenhum lugar, era o sétimo da fila e sabia disso. Perto das 3 da tarde a família do meu amigo apareceu e se juntou a fila aonde eu estava. Isso causou pequenos problemas de concordância com as pessoas que estavam por perto, mas nada de mais. As 5:30 os portões se abriram e começou a correria pra conseguir a grade. Não foi nem um pouco difícil, fiquei exatamente no meio do palco, de frente pra incrível bateria do Neil Peart, mas com o tempo as pessoas começaram a se apartar e acabei ficando mais de frente para os equipamentos do Alex Lifeson.
O palco era incrível! Uma iluminação enorme, que se movia, várias maquinas do tempo espalhadas e outros muitos detalhes pequenos mas que faziam grande diferença!
Muitas horas de espera e boa musica (Genesis, Yes, Led Zeppelin, Jethro Tull e Pink Floyd) até que as luzes se apagaram e um vídeo começou a passar sobre a "Verdadeira História do Rush", era super engraçado! O final dele era com a musica The Spirit Of Radio, que foi a que logo começou o show, levando a loucura aqueles milhares de fãs presentes na apoteose. Eu não conseguia acreditar que estava tão perto do palco! Era perfeito... Aqueles três mestres da musica estavam a poucos metros de mim, foi incrível!
A primeira parte do show foi mais destinada as musicas dos anos 80, Time Stand Still, Presto, Workin' Them Angels (com um solo de baixo do Geddy Lee inacreditável e na minha frente), Subdivisions e a nova que será lançada no próximo cd BU2B, com muito fogo no palco. Teve nesse começo de show também a Freewill, musica que eu costumava ouvir todos os dias quando tinha uns 17 anos. Muito marcante na minha vida e vê-la ao vivo e tão perto dos criadores foi indescritível.
Terminando essa musica o Alex, que a todo o momento olhava pra quem tava na grade, inclusive para mim, jogou uma palheta em minha direção!!! Fiz de tudo pra me esticar e tentar pega-la, mas ela caiu no chão na frente da grade. Pensei em pular, mas antes olhei pra um segurança e pedi pra ele pegar ela! Ele pegou, mas aquele filho da put* não me entregou, levando ela pra outra pessoa do outro lado da grade. Se pudesse teria pulado aquela grade e ido lá buscar ela, que era minha por direto, já que o mestre Alex me escolheu para recebe-la!
Após tudo isso, veio um intervalo de uns 20 minutos e mais um vídeo, dessa vez mais puxado pro álbum Moving Pictures, que seria tocado na integra. E a segunda parte do show veio com a mais famosa musica da banda dando início ao disco: Tom Sawyer. Mas o grande momento estava por vir, e nos primeiros sons do baixo as quase 30 mil pessoas já se prepararam para pular loucamente pelos próximos 5 minutos no mínimo. YYZ foi tocada e os músicos já esperavam a coreografia que foi criada nessa mesma cidade a 8 anos atrás. A musica é instrumental mas o público canta ela toda e pula em grande parte dela também.... Eu via nos olhos de Geddy Lee a alegria que aquilo dava a ele, tanto que ele tentava mesmo tocando baixo cantar a melodia e pular também!
Outro grande momento foram os 10 minutos de The Camara Eye, solo de bateria, baixo e guitarra com muita perfeição! O público cantando junto a famosa melodia outra vez... Muito lindo! Após terminar o álbum inteiro, foram do passado para o futuro e apresentaram o single do próximo cd, Caravan. Outra vez com muitos efeitos pirotécnicos no palco. Incrível foi ver como todas as pessoas em minha volta, como eu, sabiam cantar toda a letra desse novo som. Depois disso veio um dos momentos mais esperados de qualquer show do Rush, o solo de bateria. Neil Peart durante quase 10 minutos encantou a todos os presentes com suas baquetas fazendo o solo mais incrível que eu já vi na minha vida!
Passado o solo chega a parte final do show, com grandes clássicos. Close To The Heart para o coral de fãs do Rush cantarem e chorarem e 2112, que é minha música preferida de todos os tempos, mas infelizmente não foram tocados os seus 20 minutos, somente 7. Mas já foi maravilhoso poder ouvi-la. E para encerrar o show, Far Cry, linda musica e totalmente inesperada.
Claro que após vários minutos de "mais um", "Rush, Rush, Rush" e do famoso "Olê, olê olê olê Rushê, Rushê" eles voltaram ao palco para encerrar com La Villa Strangiato, a melhor musica instrumental que eu já ouvi (e dessa vez sem o vocal do Alex como em 2002) e a famosa Working Man, inicialmente tocada em reagge e depois com todo o peso e solos de guitarra e baixo juntos durante vários minutos. E assim encerrou o show e mais um vídeo foi colocado nos telões, esse com dois atores do filme "Eu te amo, cara", onde eles estão no camarim do Rush no final do show da banda e falam com os músicos. Outra vez, muito engraçado!
Terminado o espetacular show, que foi provavelmente o maior da minha vida até o momento, meus ouvidos demoraram dias para parar de zunir. Ver esses 3 mestres da musica em minha frente foi uma experiência unica, que eu espero um dia poder repetir! Rush é uma banda incrível que a quase 40 anos consegue manter a mesma formação e sempre a cada inovar sem perder a qualidade! Vida longa aos três mestres, e que venham mais vezes para o Brasil, pois velhos eles não aparentam estar!

Obrigado Geddy Lee, Alex Lifeson e mestre Neil Peart por além de realizar meu sonho, supera-lo!

Set List

Parte 1
1. The Spirit of Radio
2. Time Stand Still
3. Presto
4. Stick It Out
5. Workin' Them Angels
6. Leave That Thing Alone
7. Faithless
8. BU2B
9. Freewill
10. Marathon
11. Subdivisions

Parte 2
12. Tom Sawyer
13. Red Barchetta
14. YYZ
15. Limelight
16. The Camera Eye
17. Witch Hunt
18. Vital Signs
19. Caravan
20. Love 4 Sale (Solo Neil Peart)
21. Closer to the Heart
22. 2112 Overture / Temples of Syrinx
23. Far Cry

Encore
24. La Villa Strangiato
25. Working Man

Download Bootleg:

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Gratefull Dead - Europe' 72

O maravilhoso Gratefull Dead em um dos melhores ao vivos da história!
Jerry Garcia mostra ser realmente uma das grandes lendas da música nesse show. Gravado em 1972 durante a turnê da banda na Europa, onde mostram todo seu psicodelismo e qualidade na improvisação. O disco começa com dois blues rocks perfeitos. E tem como ápice, na minha opinião, as 4 primeiras musicas do segundo disco. Morning Dew é uma das coisas mais lindas que eu já ouvi.
Portanto, baixem esse ao vivo que é indispensável para qualquer rockeiro para viajar ao som de Grateful Dead e tentar se imaginar na loucura que era um show desses.

1- Cumberland Blues
2- He's Gone
3- One More Saturday Night
4- Jack Straw
5- You Win Again
6- China Cat Sunflower
7- I Know You Rider
8- Brown-Eyed Woman
9- Hurts Me Too
10- Ramble On Rose
11- Sugar Magnolia
12- Mr. Charlie
13- Tennessee Jed
14- The Stranger (Two Souls In Communion)(Bonus Track)

CD2
1- Truckin'
2- Epilogue
3- Prelude
4- Morning Dew
5- Looks Like Rain (Bonus Track)
6- Good Lovin' (Bonus Track)
7- Caution (Do Not Stop On Tracks)(Bonus Track)
8- Who Do You Love (Bonus Track)
9- Caution (Do Not Stop On Tracks)(Bonus Track)
10- Good Lovin' (Bonus Track)
11- Bob's Dog Story (Bonus Track)


Downloads:

Tamanho: 320mg
Qualidade: 320Kbps

sábado, 11 de dezembro de 2010

What About The Night We Cried

Show do Paul, Parte 2: O show.

As longas horas de espera dentro do estádio Beira Rio em Porto Alegre foram marcadas pela incompetência da rbs em organizar um grande show. Colocavam propaganda do Planeta Atlântida que era vaiada por 100% do estádio. Depois arrumaram uma banda de abertura que era uma mistura de musica eletrônica com alguns clássicos da música. Péssimo, recebeu vaias de todos também. Quando parecia que tudo ia terminar, não... Pegaram musicas dos Beatles e do Paul e colocaram uma batida horrível no fundo. A rbs não está pronta para fazer coisas desse nível.
Era muito calor, muita espera... Pessoas passavam mal, não chegava nenhum vendedor de água até nós. Tínhamos que torcer pra algum do Gramado Premium querer vender para aquele bando de loucos de sede.
São vários problemas, mas todos são esquecidos quando as luzes do estádio se apagam. Nesse momento só uma coisa importa na vida. Paul McCartney está ali e o show vai começar.
Todos sabiam o set list, tinha certeza que o show seria incrível e da qualidade de todos os músicos, mas isso não foi nada comparado ao sentimento que chegou quando o show começou. Era algo além de tudo isso, uma alegria inexplicável que dominou a todos que estavam lá. Não era um simples show numa simples cidade. Era algo mais. Muito maior que qualquer explicação que eu possa dar aqui.
Os primeiros acordes de Venus and Mars já levaram muitos as lágrimas. Estavam vendo uma pessoa que nunca imaginaram que teriam a chance de ver. Era Paul McCartney ali, tão perto. É realmente difícil de acreditar. Ele começou com duas musicas que falam exatamente sobre isso. A espera para ver um grande show e o próprio show. Começo perfeito. Após elas, praticamente junto veio a clássica Jet. Porto Alegre certamente surpreendeu o ex beatle, pois estavam todos pulando e cantado loucamente.
Se alguém ainda tinha conseguido segurar o choro, teve que ceder quando Paul cantou: "Close your eyes and I'll kiss you. Tomorrow I'll miss you...". A alegria das pessoas que estavam a minha volta e a maneira como elas reagiam a música, fazia eu ver que esse show seria muito melhor que o primeiro que eu tinha ido. Nada se compara aquelas 3 horas naquele dia 07/11/2010.
Foram quase 40 músicas, queria poder falar de todas, pois cada uma tinha algo de especial que merece ser relatado. Mas isso iria levar muito tempo, vou só nas que mais marcaram. Após All My Loving ele foi mais para sua carreira solo, musicas não tão conhecidas mas muito boas, claro.
A 12ª música foi I've Just Seen A Face que fez eu me lembrar de tantas horas ouvindo Beatles durante a minha vida, sempre adorava essa em especial no álbum Help!, logo após ela a linda And I Love Her fez novamente muitas pessoas irem as lágrimas, e mais ainda por ser seguida por Blackbird onde uma enorme lua apareceu no palco. Se existia algum ogro sem sentimentos que não tinha chorado foi vencido quando ele tocou Here Today. Ai sim, não teve jeito. A musica que o Paul canta para o John, na qual até ele costuma chorar foi incrível, nessa veio uma enorme Terra pra fazer companhia a Lua.
Algo que marcou muito no show foi quando Paul falava com o público. Ele é uma pessoa tão especial que se preocupou em aprender o jeito de falar dos gaúchos, dizendo "Mas bah, tchê", "Trilegal" e acompanhando o "Ah, eu sou gaúcho", grito clássico dos eventos aqui do sul. Outro momento que ele falou português foi na introdução de My Love, que ele disse que a tinha feio pra gatinha dele, Linda, mas essa noite era pra todos os namorados.
Outra atração especial do show era a participação do baterista Abe. Ele cantava os principais Backing Vocals, fazia dancinhas (na musica Dance Tonight em especial) e interagia muito com o público.
Como já tinha sido feita a homenagem ao John, veio o momento de uma pro George. Something, tocada no começo só pelo Paul e um cavaquinho (Ukalele). Foi um momento muito especial, pois as pessoas cantavam essa musica com tanta vontade que nem se ouvia mais o que vinha do palco, só o público. Sing the Changes veio logo após como um pedido por mudanças, e a esperança nelas com os novos lideres. Depois dela começou uma série matadora. Band On The Run, Ob-La-Di, Ob-La-Da, Back in the U.S.S.R., I've Got a Feeling, Paperback Writer, A Day in the Life junto com Give Peace A Chance (outra homenagem ao John e mais um pedido pela paz), Let It Be, Live and Let Die (com vários efeitos pirotécnicos e o estádio inteiro pulando) e Hey Jude (pra encerrar a primeira parte do show com os clássicos Nanana).
Na volta mais 3 grandes musicas, Day Tripper, Lady Madonna e Get Back. Era inacreditável a disposição do velinho de 68 anos Paul. Ele não parava de correr, como quando voltou para o palco com a bandeira do Brasil. Não demonstrava nenhum cansaço. Outro intervalo veio, e ai chegou o momento final do show.

Dessa vez voltaram para o palco só o Paul e seu violão. Para fazer o coral e as lágrimas voltarem. Yesterday foi muito linda. Mas, após isso, se tinha alguém cansado, esqueceu totalmente para pular muito na fantástica Helter Skelter. Então, chegou o fim: Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Reprise) e The End, com vários solos de guitarra e o solo de bateria do Abe. O final não poderia ser melhor: "And in the end, the love you take, is equal tothe love you make".
Terminou. As luzes se acenderam e nos rostos de todos se via a mesma coisa. Foi o melhor show da história da cidade, talvez o melhor da história da música. Não sei... Tentar explicar é difícil, pois foi um sentimento totalmente diferente. O próprio Paul no outro dia comentou que o show de Porto Alegre foi o melhor que ele já fez na américa latina e que desde a época dos Beatles ele não via um público tão animado. Se o mestre diz isso, quem sou eu pra tentar comentar. Então resumo em: Grrauf (latido de cachorro feito por Paul durante o show)
A longa saída do estádio e a mais longa ainda procura por um taxi para ir embora não tiraram o sorriso dos rostos. O que aconteceu ali vai ficar pra sempre na memória de cada uma daquelas 60 mil pessoas que tiveram a sorte de estarem dentro do Beira Rio no dia 07/11/2010.

Set list

Venus and Mars /“Rock Show
Jet
All My Loving
Letting Go
Drive My Car
Highway
Let Me Roll It
The Long and Winding Road
Nineteen Hundred and Eighty-Five
Let ‘Em In
My Love
I’ve Just Seen a Face
And I Love Her
Blackbird
Here Today
Dance Tonight
Mrs Vandelbilt
Eleanor Rigby
Ram On
Something
Sing the Changes
Band on the Run
Ob-La-Di Ob-La-Da
Back in the USSR
I’ve Got a Feeling
Paperback Writer
A Day in the Life / Give Peace a Chance
Let It Be
Live and Let Die
Hey Jude

Encore
Daytripper
Lady Madonna
Get Back

Encore 2
Yesterday
Helter Skelter
Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band / The End

Download do bootleg do show:

Venus and mars are alright tonight

Paul McCartney, 07/11/2010. Estádio Beira Rio, Porto Alegre.

Gramado Livre: R$ 220,00

Paul McCartney (Vocal, Baixo, Guitarra, Mandolin, Ukelele, Piano e Teclado)
Rusty Anderson (Guitarra, Backing Vocals)
Brian Ray (Guitarra, Baixo, Backing Vocals)
Paul Wickens (Teclado, Guitarra, Harmonica, Backing Vocals)
Abe Laboriel (Bateria, Backing Vocals, Dancinhas)


Parte 1: Confirmação, ingressos, hotel, fila e estádio antes do show.

É... O Paul veio pra Porto Alegre. Um sonho que parecia impossível se realizou, eu vi um dos meus maiores ídolos, se não maior, aqui na capital de todos os gaúchos. O tão inesperado show foi anunciado com muito atraso, pegando todos de surpresa. Durante o mês de agosto e setembro muitas especulações surgiram, mas nada que confirmasse alguma coisa. Chegando em outubro, a confirmação veio e logo os ingressos já começaram a ser vendidos. Foi a maior loucura já vista aqui no estado, eles se esgotaram em poucas horas. Eu consegui os meus (6) comprando pela internet e tendo horas de agonia esperando para ver se a compra seria aceita. Ela foi, tudo estava bem.
Eu já tinha visto um show do Paul, como vou contar aqui nesse blog um dia, e saí daquele show com extrema felicidade, mas triste por pensar que seria a última vez que o veria. Agora não podia explicar a meu sentimento por ter uma segunda oportunidade, e ainda aqui pertinho, com meus amigos e família.
Os 3 meses que antecederam o show (agosto, setembro e outubro) foram realmente tensos, com tudo que estava envolvendo a confirmação, os vídeos de divulgação, a entrevista com o Paul no Fantástico, a apreensão até o dia chegar e o planejamento para dar tudo certo. Ficou planejado que iríamos um dia antes e de madrugada já estaríamos na fila para ficar o mais na frente possível, quem sabe na grade, para ver o mestre. Estávamos entre 4 pessoas, que no sábado de manhã (dia 06/11) rumavam para porto alegre. Todos demonstravam estarem iguais em relação a tudo, total apreensão.
Chegando perto da capital, recebo um telefonema avisando que o Paul estava indo para o hotel onde ele ia ficar e que talvez fosse aparecer. Demos um jeito de ir até lá, mudando todos os planos, para tentar vê-lo. Muitos fãs estavam lá também o esperando, alguns desde o dia anterior. Dava pra ver que o clima do show contagiava a todos. Informações vinham pelos radinhos e diziam que ele estava cada vez mais próximo. Mais de uma hora se passou até que a triste notícia que o ex beatle tinha entrado pela porta de trás do hotel chegou. Foi uma decepção geral, só acalmada depois de meia hora quando lá em cima no quarto do hotel uma mão apareceu dando oi para todos. Era o Paul, nós sabíamos que era. Valeu a pena.
As 3 da madrugada de domingo, rumamos para o estádio beira rio para ficar na fila. Chegando lá vimos que muita gente já estava acampada, mas eram menos do que o esperado, e conseguimos ótimos lugares para sentar e esperar. Esperar, esperar, esperar e esperar.... Horas e horas que pareciam passar muito lentamente. Tivemos que nos dividir, dois foram para uma fila e dois para outra, por causa dos ingressos. Antes do nascer do sol fazia bastante frio lá, e logo depois do sol nascer fazia muito calor. O dia na fila foi inesquecível, conhecemos pessoas ótimas e tivemos muita diversão! O tamanho das filas ia aumentando muito com a proximidade dos show, até que chegou um momento em que elas pareciam não ter mais fim, mas isso não importava pra nós, estávamos bem na frente e logo estaríamos entrando.
Comida era salgadinho e bolacha, bebida era coca cola e água, ambas opções quentes. Se quisesse gelo tinha que pagar mais. Sujeira, calor, pele queimando, dores no corpo e tudo mais que um dia como aqueles pode proporcionar. Foi incrível!
Quando o sol se escondeu atrás do estádio beira rio, os portões se abriram e a correria pra chegar na grande começou. Não conseguimos ficar grudados na grade, mas na segunda fileira, o que já era ótimo. E ai vieram as mais longas horas da minha vida até os acordes de Venus and Mars começarem a tocar.
Continua...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

I've seen all good people turn their heads each day so satisfied. I'm on my way.

Show do Yes 27/11/2010. Floripa Music Hall, Florianópolis, SC, Brasil.

Pista Premium: R$ 200,00

Benoit David - Vocal
Steve Howe - Guitarra
Chris Squire - Baixo
Oliver Wakeman - Teclados
Alan White - Bateria
Meu primeiro relato de show para este blog começa com o último que eu vi.
Há quase duas semanas atrás tive o privilégio de estar no incrível show do Yes. Banda de extrema importância nos anos 70, certamente uma das que obteve mais sucesso no rock progressivo e que teve diversas formações até hoje. A mais clássica tem de diferente desta apresentada a cima a presença de Jon Anderson nos vocais e de Rick Wakeman nos teclados, pai do Oliver que agora está na banda.
O Yes nos anos 80 teve uma fase mais pop, com uso de bateria eletrônica e outros recursos característicos da época, mas seu último cd lançado, Magnification, de 2001, volta mais as origens do progressivo sinfônico, como foi em The Yes Album, Fragile, Close To The Edge, Relayer, Tales from Topographic Oceans e outros da década de 70.
Nessa turnê, que é desvalorizada injustamente pela falta do vocalista principal, eles fazem um set list curto e bem direto, tocando as musicas que mais marcaram e outras não tão famosas, mas também da época inicial da banda. No Brasil eles fizeram apenas dois shows, esse em Floripa e outro em São Paulo, no dia 28.
Fui para a capital catarinense de ônibus no dia 26 sozinho, a viagem durou a noite toda e cheguei lá no começo da manhã. Para curtir mais as belezas da ilha da magia, decidi ir caminhando até o meu destino, que era a casa de minha tia. Depois de me perder umas duas ou três vezes, encontrei a avenida beira mar e por ela segui. Caminhei das 7 as 10 da manhã num belo dia de sábado ensolarado.
O show estava previsto para começar apenas as 9:30, e como tinha comprado ingresso para a pista vip não precisava chegar muito antes disso para ficar perto. Mas queria ficar na grade, por isso 7:30 já sai de casa e peguei o ônibus que me levava até lá. Sem jantar nem nada para não perder tempo, deixei minha mochila na rodoviária que ficava ao lado do Floripa Music Hall, e me dirigi até lá. Contava que até as 23:30 pudesse estar voltando para pegar o ônibus das 23:59 para voltar pra casa. A passagem estava comprada e nada podia sair muito dos planos.
Chegando no local do show, tinha poucas filas e logo encontrei meu primo. As portas só se abriam as 9:00 e consegui facilmente lugar na grade, exatamente em frente de onde ficaria o Squire. Antes do Yes estava previsto uma banda de abertura, que eu realmente não lembro o nome, provavelmente pela ansiedade. Era covers de Pink Floyd, Led Zeppelin e Deep Purple. Muito boa! O guitarrista era igual ao Gilmour.

Então pelas 9:50 as luzes se apagaram e começou a Firebird Suite, instrumental que inicia os shows dessa turnê. Ao fim dela, o local já estava lotado e todos pareciam em total apreensão com o momento, a banda entra no palco e logo se ouve a guitarra do Howe tocar o belo riff de Siberian Khatru. Perfeito! O guitarrista parecia ter uns 400 anos mas ainda demonstrava ter muita energia e vontade! Em minha frente, logo Squire apareceu tocando baixo da maneira que só ele sabe. Oliver Wakeman me surpreendeu com sua aparecia praticamente igual a do pai nos anos 70. Alan White na bateria muito alegre como sempre. Mas o mais incrível de todos foi o vocalista Benoit, a voz era idêntica a de Jon Anderson, e não só isso, a sua presença de palco também! Eu estava tremendo, quase chorando e no mundo das nuvens. Era um show do Yes que eu sempre sonhei!
Acabando a primeira musica, veio o momento mais bonito do show. As primeiras palavras da musica "Your Move" já foram acompanhadas pelas duas mil pessoas presentes no local, que a cantaram do começo ao fim. Nessa hora foi impossível segurar as lágrimas, pois via no rosto dos músicos a mesma emoção que estava sentindo. Eles estavam extremamente felizes de estar ali se apresentando para essa platéia de um país tão distante do deles onde jovens ou velhos, todos ali eram fãs daqueles gênios que estão a mais de 40 anos na estrada. (vídeo dessa música a baixo)
O show seguiu com vários grandes momentos, como o solo de bateria do Alan, o incrível e impecável solo de violão do Howe, a linda musica And You And I, a clássica Owner of a Lonely Heart, que foi bem desprezada pelos próprios músicos e o grande final com Heart of the Sunrise e Roundabout, duas musicas executadas com vários solos e interações com a platéia. Os cinco saíram do palco muito aplaudidos e não demorou para começar os gritos por outra musica.
Poucos minutos de intervalo e o Yes voltou para o fatality. Starship Trooper por mais de 10 minutos, com pulos do Howe, solo do Squire e até uma palheta dele jogada na minha direção. Infelizmente não consegui pegar, mas recebi um "tchau" do baixista que valeu tudo.


Eram 23:50 quando o show chegou ao fim e ninguém parecia querer sair do local, só gritar e aplaudir o show inacreditável que acabaram de presenciar. Mas, tive que voltar pra terra, colocar os pés no chão e correr pra rodoviária se não perderia meu ônibus. Cheguei quando o busão estava saindo e por sorte ele me esperou. Sentei no meu lugar e comecei a lembrar de todos os momentos que a pouco tinha vivido. Toda essa correria valeu a pena! Show do Yes foi mais do que perfeito, e espero um dia poder vê-lo outra vez, como o Howe prometeu no final de uma música. Fechou com chave de ouro o grande ano de 2010, onde vi mais shows que um dia imaginei que iria ver (logo mais posto sobre os outros aqui no blog). Após alguns minutos de boas lembranças, meu estômago roncou pra avisar que eu não comia nada desde a hora do almoço. E ai a viagem foi bem complicada...


1. Firebird Suite
2. Siberian Khatru
3. Your Move / I've Seen All Good People
4. Tempus Fugit
5. Atral Traveller
6. And You And I
7. Mood For A Day
8. Intersection Blues
9. Owner Of A Lonely Heart
10. Heart Of The Sunrise
11. Roundabout

12. Starship Trooper

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Neil Young - Le Noise (2010)


O ano de 2010 realmente não foi muito bom no quesito discos lançados, o mais fraco que eu me lembre. São poucos os que tiveram alguma relevância.
Teve o Clapton, do Eric Clapton, que é ótimo. O The Final Frontier do Iron Maiden que ficou bem legal, com uma pegada mais progressiva e com muita qualidade. Sting in the Tail, do Scorpions, que não foge nada do estilo da banda, então sem muitas surpresas. E finalmente o que eu mais gostei, o Le Noise, do Neil Young!
Um disco realmente surpreendente. O nome se refere ao produtor Daniel Lenois, que já trabalhou muito com o U2, e que fez um excelente trabalho! As musicas somente são tocadas e cantadas pelo Neil Young com sua guitarra. Não tem bateria, baixo ou qualquer outro instrumento. E incrivelmente eles não fazem falta alguma, pois a distorção e a qualidade das guitarras preenchem completamente as musicas, e dão a elas um peso diferente que vai contrário a voz calma do canadense. Vi algumas pessoas chamando o estilo desse álbum de Flok Metal, mas não consigo concordar com isso. Acho que é um estilo diferente de qualquer um já apresentado e isso faz desse disco tão especial!
O mestre Neil Young revolucionou mais uma vez no seu disco Le Noise, e minha primeira dica de download nesse blog vai pra ele! Começando em alto nível.
  1. "Walk with Me" – 5:05
  2. "Sign of Love" – 3:58
  3. "Someone's Gonna Rescue You" – 3:29
  4. "Love and War" – 5:37
  5. "Angry World" – 4:11
  6. "Hitchhiker" – 5:32
  7. "Peaceful Valley Boulevard" – 7:10
  8. "Rumblin'" – 3:39
Todas as musicas escritas e compostas pelo Neil Young

Living life in peace


Hoje fazem 30 anos da morte do John Lennon. Um gênio tão importante para minha vida que morreu 11 anos antes de eu nascer. Foi mais que um simples músico, ele foi um revolucionário acima de qualquer outro. John via como tudo e todos estavam errados, inclusive os outros que pediam a revolução na época, e se as pessoas não mudassem logo não teria mais volta. Não mudaram e veja só como estamos hoje.
Ele tinha uma mensagem muito simples, amar! O amor poderia mudar tudo, e John dizia isso sempre quando podia! Se todas as pessoas vivessem pelos outros, se amassem os seus próximos seria bem melhor. Nunca deu certo, e ele mesmo admitiu isso pouco antes de sua morte. O ser humano não consegue evoluir para chegar ao nível de John Lennon, isso foi provado no dia 08/12/80, quando ele foi morto por um fã logo após de lhe dar um autografo.
Nesse dia o sonho de um mundo melhor acabou e até hoje o que o John pedia não foi atendido, os países continuam em guerra e pessoas continuam morrendo por falta de amor. O mal domina. Talvez se ele estivesse vivo pudesse pelo menos continuar sua luta para estabelecer a paz, e um dia poderia talvez ser ouvido e o mundo então seria um só.
É simples: É só dar uma chance a paz.


"You may say,
I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day
You'll join us
And the world will live as one"

Saudades de um tempo que eu não vivi

É muito estranho esse sentimento. Sinto falta de uma época que eu nem pensava em nascer ainda. Saudades da liberdade, criatividade, ousadia, dos gênios, da musica, festivais, protestos e de tudo mais que existiu entre o final dos anos 60 e começo dos anos 70.
Foi praticamente uma década onde tudo mudou, lá por 1965 se pensava de um jeito e já em 1975 de totalmente outro em relação a quase tudo. Mas como esse blog é sobre música, vou tentar me focar quase só nela.
Queria ter nascido em 1951 (ano que meu pai nasceu) na cidade de Liverpool, Londres ou São Francisco. Lá viveria o nascimento do rock e o seu ápice! Poderia ver todas as bandas que hoje me encantam com a magia que foi criada por eles. Também teria a chance de participar disso, se conseguisse me tornar um músico e viver disso, o que era bem mais normal de se querer naquela época.
Com apenas 12 anos ver os Beatles lançarem seu primeiro CD e saber que isso mudaria minha vida, mas já com 15 ouvir o Revolver e começar a pensar tudo de um jeito diferente, aos 18 ir a um evento chamado Woodstock e não lembrar de nada que aconteceu lá nunca! Aos 19 chorar ao saber que os Beatles acabaram, mas já com 20 ir a loucura ao ouvir o Led IV, e também ficar aterrorizado com as mortes de Jimi, Janis e Jim e dizer que também não passaria dos malditos 27! Com 21 ouvir o Close to The Edge e ir para outro mundo e aos 22 levar várias horas pra tentar entender o disco Tales From Topographic Oceans. Aos 24 ficar de cara com a saída do Peter Gabriel do Genesis, mas feliz por ainda existir o Pink Floyd que lançou o Wish You Are Here, aos 27 não acreditar na morte do Keith Moon e com 29 na do John Bonham e ai ver as coisas só piorarem a cada ano.
É... uma pena que as coisas não foram assim. Nasci em 91, o que tinha de bom ainda eu era muito novo pra curtir e também não era nada que se desse pra comparar ao que já tinha acontecido, com os 12 anos, idade que meu pai viu começar os Beatles, eu vi o surgimento do Funk no Brasil.
Hoje vivo num mundo onde poucos dos jovens são como eu, rockeiros, e menos ainda levam a vida dessa maneira. Hoje em dia "Créu" e considerado musica, ser idiota é ser "rockeiro", fazer barulho com os instrumentos e gritar coisas sem sentido e depressivas é chamado de rock e quem tenta fazer algo bom de verdade é ignorado e não consegue seguir em frente. A maioria dos ídolos lá dos anos 60 e 70 já estão velhos, se já não morreram, e não existe esperança das coisas melhorarem, já que a cada ano desde o dia em que o Peter Gabriel saiu do Genesis em 75 as coisas só pioram.
O jeito é ouvir as coisas antigas, procurar desesperadamente as coisas que ainda podem ser boas em lojas alternativas e blogs na internet e aproveitar ao máximo os shows que ainda restam dos que seguem tentando manter o rock vivo.
Começo esse blog então, dessa maneira triste, para relatar exatamente a vida dessa maneira descrita no último parágrafos. Vou contar sobre os shows que vi, os discos que ouço e as notícias que aparecem. Vai servir mais como um arquivo pra eu nunca esquecer que fiz o máximo possível pra aproveitar tudo que o rock ainda pode me oferecer nesse seu último suspiro, pois provavelmente na próxima geração não sobraram mais grandes músicos para contar história, caberá a que os viu repassar o sentimento para os poucos que ainda vão acreditar que o rock and roll nunca vai morrer.