terça-feira, 26 de julho de 2011
A maldição do 27
Searching, Seek and Destroy (Metallica parte 2)
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Suor, barro e heavy metal! (Metallica parte 1)
Após um grande tempo parado, vou voltar aos relatos dos shows, que era o real sentido deste blog. O último, em março, foi do Focus, escrevi um ano depois de vê-lo. Bem, dois meses antes de estar sentadinho no teatro do CIEE para assistir uma banda de rock progressivo, eu e alguns amigos estávamos sofrendo muito para conseguir um bom lugar no meio de muito barro e calor de 40 graus no Parque Condor,
Metallica in PoA, parte 1: A aventura.
Eu não era uma pessoa que curtia muito metal. Sempre tive como base o rock and roll clássico, puxando mais para o lado do blues e progressivo. Mas, com o tempo, por influencias de amigos e principalmente dos companheiros de banda, acabei ouvindo duas bandas que hoje gosto muito: Iron Maiden e Metallica. Só que esse foi um processo demorado, que se tornou definitivo em janeiro de 2010.
Decidi-me em ir ao Metallica por que vários amigos meus iriam e eu já gostava bastante das músicas deles. Comprei meu ingresso em dezembro para em janeiro estar no estádio do Zequinha, como era o anunciado. Isso foi alterado por falta de segurança no local e o show, algumas semanas antes, mudou para o parque Condor, local desconhecido pela maioria. Mas, nada que mudasse minha empolgação, claro.
Ficou decidido que iriamos de ônibus de manhã, no dia do show e depois partiríamos direto para a praia, onde passaríamos 10 dias. Mas logo na noite anterior, o Grêmio jogou aqui em Santa Cruz do Sul, e foi motivo para muita festa, que já nos cansou bastante. Então, na manhã seguinte, cansados e com uma leve ressaca, partimos para Porto Alegre, sem imaginar a maratona que seria o nosso dia.
Chegando lá, deixamos nossas malas com alguns amigos que não iriam ao show, e partimos direto para o aeroporto, onde sabíamos que já seria possível descobrir o local que passaríamos o resto do nosso dia. E foi fácil, logo avistamos um grande número de metaleiros com suas roupas pretas e cabelos compridos, iguais a nós.
A fila era enorme, e ocupava toda a quadra, então eramos obrigados a caminhar na rodovia, já que foram colocadas divisórias de metal para proteger contra os furões. Mas, como nosso caminho estava perigoso, acabamos pulando uma delas, para continuar a procura pelo final da fila do lado de dentro. No momento em que fizemos isso, as pessoas começaram a andar! Isso não era possível, pois a abertura dos portões só estava marcada para as 5 da tarde, e era apenas 11 da manhã. Bem... como não somos bobos, andamos juntos.
Logo estávamos na parte de dentro do parque, onde a fila seria melhor organizada, respeitando aqueles que dormiram lá para conseguir bons lugares. E nós, muito espertos, em pouco minutos nos juntamos a eles, e mais: Do jeito que foi organizado, ficamos entre os primeiros do geral! Naquele momento até existia a esperança de ficar na grade da pista normal do show, pois claro... Existia a maldita pista vip.
Até aquela hora a sorte estava do nosso lado. Mas do meio dia até as seis da tarde, quando os portões foram realmente abertos, sofremos. Logo a chuva veio e aliviou o calor, mas trouxe o barro, muito barro. O sol, no começo da tarde, voltou para não ir mais embora. Não existia lugar para se proteger. O suor e os pingos de chuva evaporavam do nosso corpo, mas o barro ficava.
No lugar onde estávamos, a parte reservada a quem ficou entre os primeiros da fila, era separada por aquelas mesmas divisórias de metal que tinha do lado de fora. E após aquele lugar, ficava a entrada para o show. No momento em que decidiram abrir uma das barras de metal para avançarmos, os mais de dois mil metaleiros que estavam naquela área vieram com tudo pra cima das frágeis divisórias, e elas foram ao chão. E eu, como estava bem na frente, fui esmagado.
A confusão estava instalada, e perdemos totalmente nossa vantagem, ficamos mais para trás e até o momento que os organizadores colocaram ordem em tudo, o barro já começava a dar a cor da noite. Agora só o que nos separava da entrada era uma divisória, e da maneira correta, foram passando 10 pessoas por vez. Nós nos atrasamos mais ainda pois tinha um formigueiro no chão, e com o aperto que estava, muitas pessoas tiveram que ficar em cima e foram trituradas pelas formigas. Por sorte, consegui escapar.
Quando passamos desta fase, foi a correria para tentar ficar na grade. Não deu. Mas ficamos em um ótimo lugar, considerando a hora que chegamos. Bem, agora era espera até as 21:30, hora marcada para iniciar o espetáculo, com um calor insuportável, água a 8 reais e assistir quem estava na vip tranquilão tirar fotos nossas.
(continua...)