quinta-feira, 28 de abril de 2011

GO FUCKING CRAZY!

Assim começou o show do Ozzy, o velhinho maluco entrando calmamente no palco gritando para todos irem a loucura, com sua voz característica que já vem desde o primeiro disco do Black Sabbath, lá de 1970.
E não poderia ser diferente, todos atenderam o seu pedido. As 18 mil pessoas presentes naquela noite de 30 de março no ginásio gigantinho foram a loucura no momento em que essa figura mítica entrou apareceu.


Ozzy Osbourne, Scream Tour, 30/03/11
Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Pista: R$ 150,00

Ozzy Osbourne – Vocal
Gus G – Guitarra
Rob "Blasko" Nicholson – Baixo
Tommy Clufetos – Bateria
Adam Wakeman – Teclado

Faziam só três anos da última visita de Ozzy ao Brasil. Não é muito tempo pra um país tão distante dos grandes centros da música. Mas, a diferença foi que um dos cinco shows que ele faria essa vez aqui pela terra do samba, seria no nosso querido Rio Grande do Sul, a terra do chimarrão e do rock n'roll!
Meu último salário de 2010, e também o ultimo que recebi até agora, foi todo para pagar o ingresso e as passagens para ver o príncipe das trevas do local mais próximo possível. O show foi marcado para o gigantinho, não gostei da escolha, acredito que poderia ser feito em um local muito melhor e maior. Mas, o jeito era aproveitar a chance de ficar bem mais perto ainda do astro.
O ingresso comprado lá em dezembro, logo após o show do Yes em Floripa, foi retirado só quatro meses depois, na tarde do dia 30 de março. A excursão que me levaria até Porto Alegre saía tarde, só as 16:00 Chegando nas redondezas do estádio Beira Rio as 19:30, um fardo de Polar depois. Era do nosso conhecimento que ia ser ruim para chegar, já que tinha jogo do Inter no mesmo dia, e quase no mesmo horário. Então juntando os dois públicos, o local estava lotado.

Mas, deu tudo certo. Conseguimos entrar no ginásio antes das 8 da noite e ainda ficar em um ótimo local. Aparentemente todo o público, que esgotou os ingressos mais de um mês antes, decidiu chegar em cima da hora. E assim foi. Fiquei a menos de 5 metros do palco. Perfeito.
Com uma banda de abertura descartável, que não acrescentou nada ao espetáculo, o tempo passou. Até exatamente as 21:00, quando o simples palco estava pronto e o gigantinho lotado, uma musica começou a tocar e as luzes se apagaram. E veio o grito: "GO FUCKING CRAZY". Uma entrada simples para um mestre. Simplesmente subiu ao palco, com sua banda, e foi até o microfone. Gritando para animar mais ainda os milhares de fãs loucos.
Começou o show com a clássica Bark at The Moon, do disco de 83. E não poderia ser melhor, quando durante o solo uma bandeira do Grêmio foi jogada ao palco e o Ozzy a pegou e a abraçou por vários segundos. O ginásio, que é de domínio do rival, foi a loucura, já que a grande maioria sempre é gremista.


O show seguiu e, com a platéia mais animada possível, veio o hit do seu novo cd, Let Me Hear You Scram! Grande musica, fazendo todos cantarem e pularem! Seguindo com Mr. Crowley para fazer o coral e I Don't Know. Todas musicas da carreira solo do Ozzy, que não se cansava nunca. Ficava pulando, fazendo a platéia gritar e jogando baldes de água e uma mangueira de sabão, que me acertou várias vezes, no público enlouquecido. Mas faltavam musicas do Black Sabbath, e elas vieram. Primeiro com Fairies Wear Boots, o quarto single do grande álbum Paranoid, que acabou sendo tocado quase na integra nesse show.
Suicide Solution e Road to Nowhere, outras duas clássicas da carreira solo do príncipe das trevas seguiram o show. Nesse momento uma bandeira do Rio Grande do Sul foi jogada ao frontman, que repetiu o que tinha feito com a do tricolor, mais uma vez animando muito todos. E então veio a mais esperada, pelo menos por mim. War Pigs! Quase 10 minutos de música executadas com muita vontade e perfeição! Todos cantavam junto, inclusive os riffs e a parte clássica do solo. Foi incrível.


Mais do Black Sabbath veio com a parte em que o Ozzy descansava. A instrumental Rat Salad encantou a todos com grandes solos de guitarra e um magnífico de bateria. Mas o show não era a mesma coisa sem o madman, que voltou gritando o começo da clássica Iron Man! Outra que fez todos cantarem até os riffs de guitarra.
A primeira parte do show encerrou com I Don't Want to Change the World e Crazy Train, acabando totalmente com todas as minhas energias. Foi fantástico, a disposição da banda e principalmente do mestre e a interação que ele fazia com o público, que realmente não parou um segundo.


Saiu do palco incentivando todos a gritarem "One more song" e foi o que fizemos. E em pouco tempo voltaram para mais duas que encerrariam a noite. Mama, I'm Coming Home para descansar e cantar muito e Paranoid pra realmente quebrar tudo de uma vez.
Foi foda. Com pouca produção e uma banda que não era lá grandes coisas, o Ozzy veio e conquistou todo mundo com seu carisma único e sua história incrível. Recomendo a todos lerem o livro dele, que ajuda a entender tudo que esse cara passou em sua vida. O show foi muito bom e valeu a pena mesmo o meu último salário. Espero mesmo um dia poder ver ele com o Black Sabbath, que ai sim seria a perfeição. Mas só assim já deu pra realizar um dos grandes sonhos da minha vida.

Set List
Bark at the Moon
Let Me Hear You Scream
Mr. Crowley
I Don't Know
Fairies Wear Boots
Suicide Solution
Road to Nowhere
War Pigs
Shot in the Dark
Rat Salad
Iron Man
I Don't Want to Change the World
Crazy Train

Encore:
Mama, I'm Coming Home
Paranoid

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